13.10.14

Fome de escrita.


Se calhar sim, se calhar sou mesmo uma menina-mulher igual a tantas outras que caiu imensas vezes e se levantou outras tantas. Se calhar sim, se calhar toda esta frieza irá um dia sumir e vai dar lugar à inocência que outrora era bem patente na minha personalidade. Se calhar... mas não. Eu não me sinto mais 'uma no meio da multidão'. E não, eu não sinto que um dia irei voltar ao que era, porque a experiência de vida já ninguém me a tira e foi isso que fez com que eu mudasse, crescesse, adquirisse conhecimento de causa e que, por fim, me tornasse a mulher que sou hoje. Eu sou bem novinha, só tenho 19 anos, mas vos digo que foram uns 19 anos vividos de forma bem intensa e olhando agora para trás, oh meu Deus, foram tantas as experiências pelas quais eu passei! Não mudaria nada, apenas se soubesse tudo o que sei hoje ao longo do meu percurso existencial teria feito outras escolhas, mas não dá para mudar o passado, oh que bom que seria mas não dá não. Daí eu agora estar tão preponderante em relação ao meu futuro e por sua vez, daí não fazer escolhas precipitadas. Afinal, o futuro só a Deus pertence, no entanto cabe-nos a nós tomarmos as rédeas e escrevermos novos capítulos do livro em que a vida se torna. Se pudesse atribuir um género a esse 'meu' livro seria comédia, drama e romance. E até os últimos dois géneros dão para rir. Se fosse a chorar por tudo o que de menos bom me acontece, as lágrimas que já não teria derramado. Sei que daqui a uns anos este texto fará ainda mais sentido, tenho tanto para viver! 
O tempo é escasso e as palavras escapam-se sem eu dar por isso, eu não sei mas atrevo-me a dizer que finalmente, o meu coração não dança só com as letras, o meu coração vai à bola com atitudes e quando não as pratico me entrego ao silêncio, ao silêncio da noite, por exemplo, que acolhe tudo aquilo que eu penso em voz taciturna, mas ao mesmo tempo me condena por estes pensamentos sempre provenientes da racionalidade e não do coração. O meu coração bate apenas, não consegue sentir. Eu não consigo sentir, logo eu que era de feita de coração...